Um satélite experimental foi lançado ao espaço a bordo de um foguete SpaceX Falcon9 em 2 de abril. A missão do satélite? Limpar os mais de 21.000 pedaços de lixo que estão atualmente em órbita baixa ao redor da Terra.
Viajando a até 28.200 quilômetros por hora, qualquer objeto maior que 1 centímetro representa uma ameaça constante a satélites, estações espaciais tripuladas e veículos de missões. E, infelizmente, nosso depósito flutuante contém pedaços de detritos tão grandes quanto os ônibus de dois andares.
Além de constantemente rastrear os movimentos desses objetos, pouco foi feito para tirá-los de órbita - até agora. RemoveDEBRIS, desenvolvido por um grupo de pesquisa internacional liderado pelo Centro Espacial Surrey, na Universidade de Surrey, Reino Unido, apresenta duas possíveis tecnologias que começarão a ser testadas pelos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS).
O satélite de 100 quilos, equipado com câmera e vídeo, será montado dentro da ISS e colocado em órbita fora da estação por um braço robótico.
A primeira a ser avaliada é a tecnologia de captura por rede do RemoveDEBRIS, onde, como o nome sugere, uma rede de projétil terá como alvo um pedaço artificial de lixo. A rede estará compacta em um cubo de 10 centímetros com um balão inflável lançado da unidade removedora. Se tudo correr de acordo com o planejado, a rede envolverá o cubesat e o balão, forçando os objetos a saírem da órbita (e consequentemente se queimarem na reentrada).
Em seguida, o sistema de navegação automatizado baseado na visão da unidade RemoveDebris para caracterizar e rastrear o lixo espacial será avaliado enviando um segundo cubo.
A verdadeira diversão vai começar quando o segundo método de caça-tranqueira for usado. Um arpão em miniatura, é disparado no segundo cubo a fim de derrubá-lo da órbita.
E por último, mas não menos importante, para evitar tornar-se lixo espacial, a plataforma RemoveDebris deve mostrar que pode sair de órbita quando a sua missão de teste terminar. Para conseguir isso, a unidade irá desdobrar uma grande vela, que pegará as moléculas de ar espalhadas pelo topo da atmosfera e criará um freio. Isso, por sua vez, puxará rapidamente a unidade de volta para a Terra.
Uma vez que essas quatro fases tenham sido concluídas, a equipe analisará quais partes da missão foram bem-sucedidas e quais precisam ser melhoradas.
"Todas essas tecnologias diferentes têm suas vantagens e desvantagens", disse o investigador principal, professor Guglielmo Aglietti, à BBC. "Por exemplo, os que estamos testando - a rede e o arpão - são simples e de baixo custo, mas podem ser considerados mais arriscados em certas circunstâncias do que um braço robótico.
Por outro lado, se o seu pedaço de detritos está girando muito rápido, torna-se muito difícil capturá-lo com um braço robótico e uma abordagem com uma rede pode funcionar melhor."