As lágrimas estão aparecendo no mundo científico de maneira bastante incomum recentemente. Além de um estranho dispositivo que pode transformar lágrimas em munição para uma arma bem peculiar, as lágrimas agora podem - de acordo com um novo estudo - também serem esmagadas para gerar eletricidade.
Em artigo publicado na revista Applied Physics Letters, uma equipe da Universidade de Limerick descobriu que a lisozima, uma proteína que é encontrada em lágrimas de mamíferos, leite e saliva, bem como as claras de ovos, pode produzir uma faísca quando comprimida. Isto acontece graças a algo conhecido como efeito piezoelétrico, o que explica como certos materiais, incluindo quartzo e diamantes, podem converter energia mecânica em algo capaz de carregar um celular.
"Enquanto a piezoelétrica é usada ao nosso redor, a capacidade de gerar eletricidade a partir desta proteína particular não havia sido explorada", disse a autora principal, Aimee Stapleton, física e pós-graduada da UL, em um comunicado.
A piezoelétrica significa "âmbar de pressão", cujo o primeiro termo deriva da palavra grega antiga para uma fonte mística de carga elétrica. O princípio subjacente é conhecido desde meados do século 18, e hoje é usado para fazer sensores avançados, motores, relógios e fontes de energia.
Graças ao fato de que os materiais piezoelétricos também podem ser usados ??para converter a energia elétrica em energia mecânica, existe o campo da piezocirurgia: pequenas correntes de certas frequências que podem ser usadas para desencadear vibrações incrivelmente precisas nas ferramentas de incisão que podem ser usadas em procedimentos médicos minimamente invasivos.
Esta nova pesquisa nos lembra que nem todos os materiais piezoelétricos não são orgânicos. A matéria biológica, incluindo ossos, cadeias de DNA e até mesmo várias proteínas individuais, também possuem estas características - incluindo as lágrimas.
Até este ponto, essa proteína específica não havia sido realmente suspeita de exibir esse efeito, mas os pesquisadores da UL simplesmente não conseguiram resistir a experimentar algo que se encontra em tal abundância. Acontece que o palpite estava certo - e agora, eles se tornaram pioneiros da piezoelétrica biológica.