A terra de ponta cabeça e dos cangurus continua a caminho de se tornar o primeiro país a erradicar o câncer do colo do útero - e eles poderiam fazê-lo nos próximos 20 anos, de acordo com uma nova pesquisa publicada no The Lancet Public Health.
O estudo foi baseado em um modelo que considerou a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), a história natural e as triagens cervicais para determinar as taxas de câncer cervical padronizadas por idade entre 2015 e 2100.
Neste momento, cerca de sete em cada 100.000 mulheres australianas são diagnosticadas com câncer de colo do útero a cada ano, mas em 2020, isso pode cair para seis em cada 100.000, o que significaria que se enquadra na categoria de "câncer raro". Esta é apenas uma estimativa e o modelo prevê que a Austrália pode atingir este objetivo já em 2018 ou um pouco mais tarde, em 2022.
Até 2035, o modelo prevê que as taxas de incidência serão tão baixas quanto quatro em cada 100.000 mulheres, o que a colocaria em um potencial limiar de eliminação. Esse número em 100.000 pode ser alcançado até 2021, mas os pesquisadores dizem que 2028 é uma estimativa mais razoável e mais provável.
Além do mais, o estudo diz que é provável que até 2066 (embora, mais uma vez, seja em 2054 ou até 2077), os incidentes caiam para menos de uma em cada 100.000 mulheres na Austrália. Naturalmente, esses números dependem de taxas de rastreio e vacinação que permanecem estáveis ??nas próximas décadas.
Estes resultados sugerem que a Austrália não seria apenas o primeiro país a introduzir um programa de vacinação nacional e financiado pelo governo para meninas entre 12 e 13 anos, mas também seria o primeiro a erradicar o câncer.
"Independentemente do que é o limiar [de eliminação], é provável que a Austrália seja o primeiro país a alcançá-lo devido à nossa baixa taxa atual de câncer do colo do útero e nossos programas de prevenção", Megan Smith, pesquisadora do Cancer Council New South Wales. (NSW) e co-autora do estudo, disse à BBC News.
Então, o que torna o método australiano tão eficaz? Os investigadores atribuem o seu sucesso a uma série de medidas preventivas, incluindo o National Cervical Screening Program, introduzido em 1991, e os testes de rastreio do colo do útero, que são mais sensíveis do que os papanicolaus que substituíram no ano passado. Acredita-se que os novos testes reduzirão as taxas de câncer em pelo menos 20%.
Há, é claro, também o enorme progresso feito desde a introdução do programa nacional de vacinação, que foi oferecido a meninas adolescentes desde 2007 e depois estendido a garotos adolescentes em 2013. Outros países, incluindo o Reino Unido, estão agora fazendo o mesmo e anunciaram planos para oferecer a vacina a adolescentes de todos os gêneros. Já aqui no Brasil a vacina sofreu bastante opressão.