Estamos mostrando várias descobertas científicas para você com exclusividade de detalhes. Esta vai para o hall dos “novos planetas”. Recentemente pesquisadores descobriram, usando telescópios no Havaí e no Chile, um planeta anão mais distante do sistema solar (Figura 1). Esse planeta está a 120 unidades astronômicas da nossa Terra. Ou seja, 100 vezes a distância entre a Terra e o Sol. Ele está aproximadamente 18 bilhões de quilômetros do nosso planeta. Os astrônomos deram o nome de 2018 VG18 e apelidaram ele de Farout, que em inglês significa “muito distante”. De acordo com um dos líderes da descoberta, David Tholen, "Tudo o que sabemos por enquanto sobre o 2018 VG18 é seu diâmetro aproximado, sua cor e sua distância do Sol".
Figura 1. Representação de como seria Farout. Foto: Roberto Molar Candanos.
Essa descoberta foi anunciada pelo Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional. O planeta tem cerca de 550 km de diâmetro e tem cor rosa que pode indicar presença abundante de hélio em sua atmosfera. De acordo com Tholen, "Como 2018 VG18 está muito distante (e, portanto, tem uma órbita maior), ele demora cerca de mil anos para dar uma volta ao redor do Sol". Além disso, Farout tira o “recorde” de Eris, que era até então o planeta mais distante encontrado ao redor do Sol. Outros objetos muito distantes têm sido estudados pelos astrônomos, como por exemplo, o planeta 9. Um planeta com várias vezes o tamanho da Terra e que seria o nono planeta, depois de Netuno. Depois do “rebaixamento” de Plutão para a categoria de planeta anão em 2006, a União Astronômica Internacional decidiu melhorar a definição de planeta para evitar equívocos.
Apesar de nunca ter sido observado, os pesquisadores acreditam que o planeta 9 exista devido ao seu efeito na órbita de outros corpos menores (Figura 2). Scott Sheppard, membro da pesquisa sobre o planeta 9 comenta, "A semelhança nas órbitas dos corpos mais distantes no Sistema Solar foi o que nos levou a afirmar que deve haver um planeta enorme a centenas de unidades astronômicas influenciando as órbitas desses objetos pequenos. Além disso, outro pesquisador (Chad Trujillo) acrescenta, "Com as novas câmeras digitais de campo colocadas em alguns dos maiores telescópios do mundo, estamos finalmente explorando os confins do Sistema Solar, muito além de Plutão."
Figura 2. ilustração divulgada pelo Instituto Carnegie para a Ciência mostra a distância relativa de 2018 VG18 em comparação a outros objetos do Sistema Solar. Foto: Roberto Molar Candanos.