Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciências Médicas de Toda a Índia analisou os relatos de mortes de selfie entre outubro de 2011 e novembro de 2017 e descobriu que 259 pessoas no mundo morreram enquanto tiravam uma selfie.
O relatório define as mortes de selfies, ou "selficides", como "qualquer morte acidental que ocorra enquanto se faz auto-fotografia ou clica uma selfies".
As descobertas do estudo revelam um padrão de crescimento surpreendente. 2011 teve três mortes relacionadas a selfie e duas em 2013, mas assim como sites de mídia social como Instagram e Snapchat cresceram em popularidade, o mesmo aconteceu com as mortes por selfie. 98 pessoas em 2016 e 93 em 2017 foram mortas em casos de “selficide”.
Foto capturada minutos antes do homem ser atingido e morrer
O maior número de mortes relacionadas à selfie no período de seis anos ocorreu na Índia. O país foi responsável por quase 50% de todas as mortes. Rússia, Estados Unidos e Paquistão completaram os quatro primeiros e o estudo diz que a maioria das mortes aconteceu com pessoas com menos de 30 anos.
“Normalmente, os jovens e turistas são freqüentemente afetados por causa do desejo de 'ser legal', postar fotos em mídias sociais e receber recompensas em formas de curtidas e comentários”, relataram os pesquisadores. “As próprias selfies não são prejudiciais, mas o comportamento humano que acompanha selfies é perigoso.”
Os homens representaram 72,5% das mortes por selfie. Enquanto as mulheres tiram mais fotos, o estudo postula que os homens são mais propensos a se colocar em risco enquanto tentam tirar as fotos.
A principal causa de morte relacionada a selfie foi o afogamento, que foi responsável por 70 das 259 mortes. O relatório definiu incidentes de afogamento como situações como ser arrastado por ondas na praia, tirar selfies sem saber nadar, barcos que viram durante selfies e ignorar as advertências de segurança sobre a água.
A causa número dois da morte foi incidentes de "transporte", como correr na frente de um trem ou parar nos trilhos do trem, o que matou 51 pessoas. Mortes por fogo e por queda empataram em terceiro com 48 mortes cada.
Outras causas de morte no estudo foram eletrocussão, animais e armas de fogo. Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar em mortes por selfie relacionadas a armas de fogo. A maioria aconteceram quando a pessoa atirou nela mesma enquanto tirava uma selfie.
Infelizmente, os pesquisadores acham que esses números podem estar subnotificados e que possivelmente houve mais mortes relacionadas a selfie do que as listadas no estudo.
Isso porque o estudo foi baseado em notícias. Os pesquisadores, então, acreditam que pode haver muitas mortes por selfie em países em desenvolvimento e em outros lugares que não foram contabilizados porque eles nunca chegaram às notícias locais.
Além disso, no que diz respeito a selficides relacionados ao “transporte”, as autoridades relatam oficialmente o incidente como um acidente de trânsito fatal e não um selficide.
Talvez a nossa curiosidade mórbida por essas mortes acidentais relacionadas à selfie possa servir como um alerta para o pessoal que vive de celular na mão.