A palavra “Sequestro” é algo que assusta qualquer pessoa, principalmente quem está acostumado com a realidade violenta das grandes cidades brasileiros. Mas recentemente está acontecendo na cidade de São Paulo uma espécie de “cativeiro relâmpago do bem”. São jantares secretos, promovidos pela Watson Eventos. Funciona assim: todos os envolvidos (inclusive a pessoa que contrata o serviço) são abordados pela equipe, vendados e levados a uma locação especial para um jantar, também às cegas.
Existem seis tipos de “plano de sequestro”: corporativo, gastronômico, turístico, holístico, sensual e erótico. Vale de um casal a até quarenta pessoas. No cardápio, o “mandante” pode escolher entre doze chefs, cada um com uma especialidade: de carnes vermelhas a pratos veganos.
Normalmente, só é possível entrar em contato com a empresa por meio de uma senha, distribuída por quem já participou desse tipo de evento. Cada convidado recebe uma espécie de “voucher” após o jantar que podem ser distribuídas para até quatro pessoas do círculo deles. Tudo isso para garantir o sigilo dos jantares mais “picantes” (sensual e erótico principalmente). “Faço jantares para pessoas públicas, desde celebridades até embaixadores, cônsul e fazemos assim para manter a segurança, privacidade entre outros elementos”, diz a idealizadora, a empresária Regina Gonzalez Watson.
Regina criou a ideia em 2013, depois de sofrer um AVC. “Acordei e resolvi realizar sonhos”, diz a empresária, que trabalhava no mercado de luxo. “Fui casada duas vezes, tínhamos uma excelente situação financeira, mas em datas comemorativas eles chegavam sempre com uma caixa de bombons ou flores ou ‘presentinho padrão’. Sem um plus de carinho adicional, sabe? Que viesse com um grãozinho de arroz escrito EU TE AMO feito por ele, o valor seria outro. Dá para entender? Resumo da ópera, nasceu por conta de uma frustração no casamento”, diz Regina em entrevista.
Nesses anos, Regina coleciona boas histórias. “Um dos sequestros que realizo até hoje é de um casal. Ela quem me contratou para sequestrar o ex-marido dentro de uma igreja. Trabalho dado, trabalho executado. Enfim, eles permanecem como amantes até hoje e o que antes era quinzenalmente passou para mensal. O que eles gostam é de preservar essa chama louca do inesperado sem o compromisso diário de um casamento”, conta.
O “preço do crime” começa a partir de 1000 reais, com o “pacote básico”, ou seja, uma ação de carro em São Paulo. “Mas há também os luxuosos, que podem ser de avião, navio ou com destinos internacionais”, conta Regina.
Para algumas pessoas a ideia é e mau gosto, principalmente por brincar com algo que pode ser traumático para muita gente que já passou por esta situação.
O que seria o próximo? Restaurante com temáticas de câmara de gás?