Já trouxemos várias descobertas “quetinhas” pra vocês sobre o universo, hoje não será diferente. Astrônomos que fazem parte de uma espécie de consórcio internacional de pesquisas que buscam a existência de planetas rochosos, publicaram a descoberta do segundo exoplaneta mais próximo da Terra. Os pesquisadores encontraram o pequeno planeta a “6 anos luz” do planeta Terra, e com proporções semelhantes ao nosso planeta (Figura 1). Lembram que já comentamos em outros artigos sobre as condições que propiciam um ambiente para a vida na Terra? Pois bem, esses pesquisadores apontam negativamente para a ausência dessas condições.
Figura 1. Ilustração do exoplaneta próximo a Terra. Foto: ESO/M. KORNMESSER.
De acordo com os pesquisadores, esse planeta apresenta massa maior que a Terra, em torno de 3,2 vezes maior. No entanto, é menor que os planetas gasosos do sistema solar. De acordo com entrevista dada a BBC News Brasil, o físico e astrônomo Ignassi Ribas principal autor da descoberta comenta, A única informação que temos é a massa mínima do planeta, que é de 3,2 vezes a terrestre. Isso porque a técnica que usamos, conhecida como velocidade radial ou técnica Doppler, é sensível apenas às variações de velocidade ao longo da linha de visão. Isso significa que não podemos distinguir um planeta menos massivo com uma órbita de borda a partir de um planeta mais massivo em uma órbita inclinada (Figura 2). A partir de considerações estatísticas, podemos estimar que a massa mais provável para o planeta é de 4,1 massas terrestres”.
Figura 2. O entorno do exoplaneta criado a partir de imagens computadorizadas. Foto: ESO/DIGITIZED SKY SURVEY 2 ACKNOWLEDGEMENT: DAVIDE.
Em relação a abrigar vida, ainda de acordo com a entrevista a BBC News Brasil, Ribas e Johanna Teske não são muito otimistas, "O planeta está localizado a uma distância de 0,4 unidades astronômicas - 40% da distância Terra-Sol - ou 60 milhões de quilômetros de sua estrela. Este planeta é muito frio, está fora da chamada 'zona habitável'. Se pensarmos que a água superficial líquida é importante para a vida, este planeta provavelmente não é um bom candidato. No entanto, eu diria que quanto mais podemos aprender sobre pequenos planetas - onde eles são encontrados, do que são constituídos, se têm atmosferas - mais iremos compreender se a Terra é única ou não". Além disso, completa Ribas, "Por causa disso, é improvável que a superfície do planeta sustente a água líquida. Por esta razão, a vida superficial no planeta pode ser quase certamente descartada. Estimamos uma temperatura de equilíbrio de 170 graus negativos e é bastante improvável que a temperatura real da superfície seja muito mais alta".