Existe uma lenda urbana que dura mais de 60 anos. É a lenda de que uma leitura de Guerra dos Mundos, em 1938, causou pânico os Estados Unidos, pois quem estava ouvindo o rádio achou que a nação estava realmente sendo atacada.
Todo mundo já ouviu essa história. Muita gente adora contar ela na roda de amigos e rir de como o pessoal antigamente acreditava em qualquer coisa.
Porém é aí que o mundo dá voltas. Os bobos somos nós.
Por que? Porque isso nunca aconteceu...essa histeria em massa causada por guerras do mundo é apenas uma lenda urbana que se perpetuou e até hoje muita gente (até mesmo gente influente) fala desse fato como realidade.
Vamos aos fatos:
Primeiro de tudo, H.G. Wells era um dos maiores escritores de ficção cientifica no final de 1890 e no começo de 1900. Tanto nos EUA quanto no Reino Unido Guerra dos Mundos já era um dos livros mais lidos entre a população. Muitos americanos sabiam bem o que era Guerra dos Mundos.
O segundo fato. No começo da transmissão foi falado que era tudo mentira, além disso duas vezes durante a leitura também foi falado que era tudo uma dramatização, não tinha como alguém não saber.
Terceiro e mais importante fato. Através de pesquisas de audiência foi mostrado que apenas 2% dos ouvintes estavam ouvindo a leitura do livro. 2% não é suficiente para causar nenhuma histeria coletiva.
O único fato que demonstra qualquer tipo de preocupação por parte dos americanos é que durante a transmissão houve um aumento nas ligações para a polícia na cidade de New Jersey.
Entre as ligações o mais comum eram pessoas perguntando se era real, algumas perguntando se tinha gente precisando de doação de sangue, mas a grande maioria ligou para reclamar que o programa estava muito assustador para crianças e outras pessoas e que deveria ser censurado.
Apesar de não existir nenhum relato real de alguém que acreditou na história lida por Orson Wells, os jornais publicaram mais de 1700 artigos sobre essa “histeria”, por quê?
Bom, a resposta é bem simples, na época o rádio ainda era novo e estava tomando o lugar dos jornais como principal meio de comunicação.
Em uma tentativa de boicotar e censurar o rádio os jornais exageraram a história (e inventaram também), para dar má fama ao novo meio de comunicação concorrente.